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quinta-feira, 10 de abril de 2014

Estudo do IESS mostra que densidade de máquinas de alta complexidade na saúde suplementar de cinco estados está acima da recomendada



São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná, os cinco estados com maior Produto Interno Bruto (PIB) do País, também são aqueles com a maior oferta nacional de equipamentos privados de diagnóstico em saúde, em alguns casos com infraestrutura superior à vista em países desenvolvidos, como Alemanha, Austrália, Canadá e Reino Unido. A constatação está no estudo “PIB estadual e Saúde: riqueza regional relacionada à disponibilidade de equipamentos e serviços de saúde para o setor de saúde suplementar”, produzido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

Segundo o instituto, a cada 100 mil habitantes, a saúde suplementar dos cinco estados dispõe de mamógrafos, tomógrafos computadorizados, aparelhos de ressonância magnética e ultrassom superiores à recomendação do Ministério da Saúde. Juntos, eles detinham 65,2% do PIB nacional em 2011 e 72,6% do total de beneficiários de planos de saúde.

Para Luiz Augusto Carneiro, superintendente-executivo do IESS, em muitos estados (não só nos cinco citados) os equipamentos privados também são utilizados para o atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Para ele, é necessário analisar se o número de equipamentos privados acima do necessário não está “exagerado e até onerando demais a cadeia da saúde, o que pode comprometer a sustentabilidade do setor”. Dados do Datasus mostram que o setor privado detém mais de 62% dos equipamentos de saúde de alta complexidade e 84% dos procedimentos de mesmo tipo.


Alta densidade
No Reino Unido, considerando todo o sistema de saúde (público e privado), existe 0,88 mamógrafo para cada 100 mil habitantes, ao passo que, no Canadá, a oferta é de 1,63. Já no Rio de Janeiro, apenas na rede privada de saúde, a oferta é de 2,79 mamógrafos para cada 100 mil habitantes, a maior do País, enquanto São Paulo registra a proporção de 2,02; Minas, 1,78; Rio Grande do Sul de 1,90; e, no Paraná, em 1,73.

Outro descasamento entre a oferta e a recomendação do Ministério da Saúde está na quantidade de equipamentos de ultrassom. O governo federal sugere a disponibilidade de 4 equipamentos a cada 100 mil habitantes mas, no Rio de Janeiro, a proporção é de 16,46, ou seja, mais de quatro vezes acima da recomendação. No Paraná, a oferta é de 13,54.

O mesmo processo se repete no caso dos tomógrafos computadorizados. Enquanto o Ministério da Saúde recomenda a proporção de 1 equipamento a cada 100 mil habitantes, a rede privada do Rio de Janeiro possui 2,13; indicador que fica em 1,40 em São Paulo; 1,47 no Paraná; e 1,32 no Rio Grande do Sul. Merece destaque, no Estudo, o fato de a vice-liderança nacional do indicador desse equipamento fica com Rondônia, com 1,92 a cada 100 mil habitantes. Na Alemanha, também considerando a rede pública e privada, o indicador é de 1,83, enquanto na França posiciona-se em 1,25.


No último caso analisado, de equipamentos de ressonância magnética, a oferta alemã é de 1,08 equipamento a cada 100 mil habitantes, enquanto na França está em 0,75 e, no Reino Unido, em 0,59. A recomendação do governo brasileiro é de 0,20. A rede privada fluminense, mais uma vez na liderança nacional, conta, entretanto, com 1,39 aparelho a cada 100 mil habitantes.

Ao citar dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estudo lembra que a população que utiliza equipamentos privados de saúde é composta em 90% por beneficiários de planos de saúde (aproximadamente 25% da população). Com exceção dos equipamentos de mamografia, destaca o estudo, os demais cresceram em ritmo superior ao número de beneficiários em todos os Estados, que são os principais usuários de equipamentos privados de saúde.