Diariamente os hospitais anunciam
melhorias em sua estrutura, gestão, tecnologia e corpo clínico. Melhorias que,
na maioria das vezes são vistas apenas pela ótica da própria instituição.
Porém quando se fala em atendimento humanizado, essa premissa de que somente os
dirigentes decidem a maneira como as decisões devem ser tomadas, muda um pouco
de figura.
É o que estipula o modelo
Planetree – (Patiente Centered Care), que tem como objetivo melhorar o
atendimento de saúde a partir da perspectiva do paciente. Segundo a
gerente de atendimento ao cliente do Hospital Albert Einstein, Rita Grotto, o
Planetree é uma designação focada na humanização da saúde.
Rita conta que o modelo foi
fundado no ano de 1978, nos Estados Unidos, por Angélica Thieriot. Ela conta
que Angélica passou por uma experiência de internação longa e, sentiu
falta de muitos itens de acolhimento.
“Ela precisava comer e tomar
medicamentos na hora que o hospital estipulava, não recebia visitas dos seus
familiares e não recebia a visita do seu líder religioso, pois era
diferente do hospital que estava internada”.
De acordo com Rita, Angélica
escolheu esse nome inspirando-se no cenário de Hipócrates que ensinava medicina
aos seus primeiros alunos embaixo de uma árvore.
Ainda que tenha sido fundado em
1978, só existem 23 hospitais no mundo inteiro que conseguem contemplar as
especificações do modelo Planetree. São elas:
Interação Humana: é preciso
criar um ambiente de cura para os pacientes, familiares e membros da
equipe. Incluindo atendimento personalizado para os pacientes e seus
familiares.
Apoio da família, amigos e grupo
social: recomenda-se envolvimento da família e dos amigos, oferecendo
horário livre de visitas, mesmo na UTI, e oferece a opção da família presenciar
procedimentos invasivos e de ressuscitação. A terapia com animais de
estimação pode melhorar o humor, elevar a pressão arterial e a interação
social.
Acesso a informações como forma
de aumentar a participação dos pacientes: uma política de prontuário
aberto incentiva os pacientes a
lerem prontuários e assim participarem do cuidado prestado.
Alimentação e Nutrição: nutrição
é parte do processo de cura, não só essencial para uma boa saúde. Os centros
de saúde se tornam modelos de uma
alimentação saudável.
Artes e Diversão: Nutrição
para a Alma: música, contadores de histórias, palhaços e filmes engraçados
criam atmosfera de serenidade e diversão no modelo Planetree. Obras
artísticas nos quartos dos pacientes, áreas de tratamento e carrinhos criam a
ambientação correta.
Ambientes de Cura através da
Arquitetura: Cada ambiente deve ser aprecido com uma casa e não com uma
instituição, com valorização do elemento humano e não só tecnologia. Ao remover
essas barreiras arquitetônicas, o design favorece o envolvimento dos
pacientes e da família.
Terapias Complementares:
Aromaterapia, acupuntura e Reiki são exemplos de opções que podem ser oferecidas
além das modalidades clínicas de tratamento.
Toque Humano: O toque reduz
ansiedade, a dor e o stress e beneficia os pacientes, seus familiares e a
equipe.
Espiritualidade – a importância
dos Recursos Internos: a espiritualidade tem papel especial na cura
da pessoa como um todo. Dar suporte às famílias e à equipe na correlação
com seus próprios recursos internos melhora o ambiente da cura.
Comunidades Saudáveis – Como
expandir as fronteiras dos serviços de saúde: ao trabalhar com escolas,
centros de terceira idade, igrejas e outros parceiros, os hospitais estão
redefinindo a saúde para incluir a saúde e o bem-estar da comunidade como um
todo.
